segunda-feira, 25 de junho de 2012

De bicicleta para o S. João de Braga, de fato e gravata

Quem me conhece sabe que, para além de me fazer deslocar de bicicleta para todo o lado na cidade de Braga, também toco trombone numa banda filarmónica. Ora acontece que a minha banda veio este ano animar uma vez mais as festividades são-joaninas desta cidade. Foi este domingo. Não resisti, e acabei por ir de bicicleta.

O primeiro desafio consistia em fazer transportar um estojo gigante na bagageira da bicicleta. Felizmente, tinha à mão um esticador elástico Triobinder Hook, que desempenhou o seu papel na perfeição. A bagageira da minha bicicleta passou assim a medir cerca de um metro de largura...

Durante o dia, precisei de prender a bicicleta em vários locais da cidade, conforme as exigências do serviço. Logo de manhã, na Avenida Central, deparei-me com a já habitual ausência de estacionamentos para bicicletas. Resolvi como pude, improvisando um lugar de estacionamento com um dos arcos que integravam a decoração festiva.

Mais tarde, já no Parque de S. João da Ponte, que foi recentemente objeto de obras de regeneração, senti falta de um local próprio para prender a bicicleta em segurança. Não havia, apesar das tais obras recentes. Uma vez mais, socorri-me da minha capacidade de desenrasque e prendi a bicicleta nos bastidores do coreto onde a minha banda ia passar a manhã a tocar.

Podia deitar um olho de vez em quando à bicicleta, o que me deixava um pouco mais descansado. No dia de S. João, o sol convidava e muitos eram os ciclistas que circulavam discretamente pela cidade, por entre o mar de gente. Não foi, por isso de estranhar que, passado pouco tempo, ela tivesse arranjado companhia, como se pode ver na foto.

À hora de almoço, pude desfrutar da bicicleta em todo o seu esplendor: bastou pegar nela e partir descontraidamente em direção a casa para um almoço descansado. Sem filas de trânsito, sem stress a procurar estacionamento, sem volante e bancos a queimar da exposição ao sol…

Mais para o final do dia, à hora da procissão, tive o meu momento de angústia. Tinha de deixar a bicicleta sem supervisão durante cerca de duas horas! Para piorar a situação, junto à Sé de Braga, não existiam estacionamentos nem nada parecido. A afluência de pessoas dificultava a passagem e a procura de um estacionamento improvisado. Acabei por inventar um bicicletário prendendo a bicicleta ao poste de uma esplanada que, por sorte, estava encerrada naquela hora. A minha bagagem ficou confiada à receção de uma albergaria daquela rua. O funcionário foi extremamente simpático. Felizmente, quando a procissão terminou, a bicicleta estava no mesmo sítio onde a tinha deixado. Respirei de alívio...

Há uma primeira vez para tudo, e foi assim a primeira vez que andei de bicicleta de fato e gravata. Apesar do stress de não haver estacionamento de confiança, devo dizer que a experiência correu muito bem. Cheguei a cada um dos destinos rapidamente, sem sujar o fato, sem perder a bagagem, sem suar demasiado... e sem perder a bicicleta.

Nota: O presidente da banda, ao ver-me chegar ao serviço de bicicleta, disse-me: "Isto é o futuro!". Ao que eu respondi: "É mesmo!…"

terça-feira, 20 de março de 2012

De bicicleta na cidade (vídeo)

Ao navegar pelo site da Quercus, encontrei esta reportagem que passou há algum tempo atrás na SIC, sobre a utilização da bicicleta como meio de transporte em contexto urbano. Não resisti a partilhá-la convosco…

Ah!… e já vos disse que já lá vão 2 anos desde que comecei a usar a bicicleta para a maioria das minhas deslocações diárias? :-)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

5000Km a pedalar por aí...

Esta semana completei a marca dos 5000Km de bicicleta. Ao longo dos últimos 23 meses, tenho usado a bicicleta como meio de transporte preferencial nas minhas deslocações, na cidade de Braga e não só. Se há 2 anos ainda teria algumas dúvidas sobre a viabilidade do investimento numa bicicleta, sei agora por experiência própria que tem valido a pena, por muitos e bons motivos!...

domingo, 22 de janeiro de 2012

A primeira resposta à Carta Aberta

Na sequência da minha recente Carta Aberta aos órgãos autárquicos locais, recebi poucas horas depois uma resposta da Junta de Freguesia. Aparentemente, pouco mais podem fazer do que alertar o Departamento de Trânsito da CMB e para ele encaminhar este tipo de contactos. Saúdo a rápida resposta desta instituição, mas ficarei a aguardar uma resposta, que espero ser um pouco mais substancial, da parte da Câmara Municipal…

 

De: Junta de Freguesia de S. Victor (Presidente)
Enviada: sexta-feira, 20 de Janeiro de 2012 15:54
Para: 'Freguesia de S. Victor - Braga (Geral)'
Assunto: RE: Carta aberta à Câmara Municipal de Braga e Junta de Freguesia de S. Vítor

Para enviar ao autor da CARTA ABERTA

Recebemos e damos boa nota das preocupações quanto à avaliação pessoal que fez da situação do tráfego na Avenida Antero de Quental, nesta Freguesia.
Como somos “visados directos na carta aberta” que nos fez chegar, do mesmo modo que à comunicação social, o que saudamos, sempre poderemos adiantar que “em sede própria” muito antes desta nota, já endossamos junto da “única entidade competente” o Departamento de TRÂNSITO da Câmara Municipal de Braga, um conjunto de sugestões tendo em vista a melhoria da fluidez do tráfego e da segurança de automobilistas e de peões, naquele como noutros locais da nossa Autarquia. Reconhece e ainda bem alguns efeitos positivos de algumas medidas ali implementadas, pelo que nesse sentido iremos endossar à Câmara Municipal de Braga, pela “via Institucional” o seu conjunto de análise e sugestões.
Apresentamos desde já os nossos cumprimentos,

Firmino Marques
Presidente da Junta de Freguesia de São Victor


Abaixo deixo uma foto que mostra um dos sentidos de trânsito da avenida em questão, com estacionamento automóvel de ambos os lados e entrecortada por vários cruzamentos. Um dos problemas é que o estacionamento na parte central vai até junto aos cruzamentos, retirando a visibilidade necessária aos condutores. Há constantemente acidentes nesses cruzamentos e, ocasionalmente, há até dificuldade de manobra com veículos pesados, que não conseguem curvar por causa dos carros estacionados. Adicionalmente, as passadeiras existentes, para além de mal instaladas, são em número e localização insuficiente, tendo em conta a proximidade do centro comercial e do ecoponto.

Uma nova revista portuguesa sobre a Cultura da Bicicleta

Saiu recentemente a público uma nova revista trimestral dedicada a todos aqueles que gostam de bicicletas. Chama-se B - Cultura da Bicicleta, é escrita por uma equipa notável e vem trazer uma lufada de ar fresco à imprensa da especialidade em Portugal.

Apesar da ampla distribuição que teve este primeiro número, por todo o País, não foi nada fácil encontrar em Braga um exemplar disponível! Esgotou em todos os quiosques que a tiveram, e só encomendando um exemplar num deles foi possível receber finalmente a revista.

Tinha ouvido falar nela algures na Internet, e sabia que alguns dos membros da equipa eram pessoas bem conhecidas em Portugal no âmbito da promoção da "bicicultura". A equipa "B" inclui:

  • Pedro Carvalho, fundador da Bike magazine e amante do BTT;
  • Hugo "Boinga" Cardoso, outro amante do BTT, que também já colaborou regularmente com a Bike magazine, foi editor da revista Onbike Portugal e participa frequentemente na Cicloficina e na Massa Crítica do Porto);
  • Miguel Barroso, um arquiteto especializado na área da sustentabilidade que, para além de utilizar a bicicleta diariamente para o trabalho, é conhecido pelo seu famoso Lisbon Cycle Chic;
  • Sofia Torrão, engenheira, que recentemente redescobriu a bicicleta como meio de transporte;
  • Manuel Portugal, amante da fotografia e da bicicleta;
  • Edgar Antunes, de quem não sei muito mais, para além de ser um especialista operacional na área do grafismo e também gostar das duas rodas.

A capa do nº 1 da revista B destaca um artigo sobre "Os melhores destinos de BTT em Portugal". Confesso que o ciclismo desportivo não ocupa grande lugar na minha vida, mas reconheço que é sem dúvida aquilo que move mais ciclistas em Portugal. Ao ver esse tema destacado na capa, por momentos receei que talvez afinal esta revista não fosse bem aquilo que eu esperava. Mas mal a abri, vi que o conteúdo se destacava claramente de todas as outras revistas de bicicletas que tenho encontrado à venda por cá. O BTT continua a ocupar uma parte substancial da revista - e faz sentido, dado que é a modalidade de ciclismo mais popular - mas sob uma perspetiva diferente: a ênfase não é colocada nos componentes mecânicos, na tecnologia e nas técnicas de treino, mas sim na experiência, no prazer de pedalar, conviver ao ar livre e apreciar as paisagens. Gostei também de ver um artigo dedicado à temática ambiental, salientando a necessidade de assegurar a preservação dos trilhos e dos ecossistemas em torno deles.

Por outro lado, a revista acolhe também a temática do ciclismo utilitário, o desenvolvimento da bicicultura na Europa e em Portugal, e tem artigos dedicados à Massa Crítica e a algumas lojas e fabricantes de bicicletas portugueses. Para quem se interessa por ciclismo utilitário, este número apresenta um tipo de bicicleta diferente e especial - uma bicicleta de carga da marca dinamarquesa Bullit, com muito estilo e capacidade para "180 quilos de carga e ciclista". Um outro artigo interessante apresenta-nos o projeto Wheels 4 Life, que mostra como uma bicicleta aparentemente insignificante pode mudar radicalmente para melhor a vida de uma família ou de uma comunidade.

Vale a pena ler e, quem sabe, até mesmo assinar esta nova revista, que vem promover um estilo de vida saudável e sustentável. Parabéns à equipa B!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Carta aberta à Câmara Municipal de Braga e Junta de Freguesia de S. Vítor

Farto de assistir a acidentes patetas, completamente indesejáveis e perfeitamente evitáveis na minha rua, decidi enviar uma carta aberta aos órgãos autárquicos locais. Não sei se terá algum efeito prático imediato, mas espero que contribua para sensibilizar os responsáveis para as questões que afetam o bem-estar dos cidadãos. Logo que tiver uma resposta de uma ou de outra parte, darei aqui conhecimento da mesma.


Ex.mos Srs.

Venho trazer ao v/ conhecimento uma situação de alguma gravidade na qual considero que a Autarquia tem uma quota de responsabilidade, se não nas causas, pelo menos na sua possível resolução. Trata-se do ordenamento de trânsito na Avenida Antero de Quental (junto ao centro comercial Braga Parque) e ruas adjacentes.

Quando esta área comercial e habitacional foi criada, a Av. Antero de Quental tinha duas faixas de circulação em cada sentido, e mais duas filas de estacionamento nas bermas (uma em cada sentido de circulação). Na altura, recordo-me de ver que o excesso de viaturas automóveis estacionadas era tal que os automobilistas começaram a estacionar ilegalmente na via pública, junto ao separador central. A resposta da autarquia, ou da autoridade com competência nessa área, passou por institucionalizar esse estacionamento que antes era ilegal. A partir daí, passou a haver apenas uma via de circulação em cada sentido (que considero suficiente) e quatro faixas para estacionamento automóvel (as duas já existentes nas bermas, mais duas junto ao separador central). Isso permitiu acolher aproximadamente o dobro dos automóveis, mas criou outros problemas. Para além do número de passadeiras insuficientes para os moradores da Avenida que se deslocam ao BragaParque ou ao ecoponto que se encontra junto ao centro comercial, o estacionamento junto ao separador central veio reduzir a visibilidade nos cruzamentos com a Rua Álvaro Dória, entre outras.

A situação é particularmente grave porque está constantemente a haver acidentes nesses cruzamentos. Ainda que caiba aos automobilistas moderar a sua velocidade e assegurar a correta observância das regras de prioridade, enquanto morador considero que é praticamente inexistente a fiscalização pelas autoridades e, mais grave ainda, é extremamente difícil antever os veículos que se aproximam da esquerda dado que os veículos estacionados no centro até ao próprio cruzamento retiram a visibilidade.

Adicionalmente, é com alguma frequência que os veículos pesados longos que passam nesta zona não conseguem manobrar nos cruzamentos por causa do estacionamento excessivo.

Possíveis soluções poderiam passar por uma ou várias das seguintes medidas:

a) Eliminar completamente o estacionamento no meio da via, reservando o espaço adicional para passeios mais largos e/ou ciclovias de cariz utilitário.

b) Em alternativa, no mínimo, encurtar o estacionamento de modo a reservar alguns metros livres, que assegurem uma boa visibilidade em todos os cruzamentos,

c) Outra possibilidade a considerar seriamente seria implementar uma "Zona 30", com prioridade a peões e ciclistas, à semelhança do que já vai sendo feito noutros países europeus, nas zonas habitacionais.

d) Fiscalizar regularmente o estacionamento e o cumprimento de limites de velocidade na área em questão.

e) Criar estacionamento seguro e em quantidade alargada para bicicletas (seguindo as recomendações de design e localização da MUBI e da FPCUB) junto ao Braga Parque, de modo a reduzir a necessidade de recorrer ao automóvel para as deslocações a esta zona.

Porque o desenvolvimento de uma cidade não se mede na quantidade de automóveis que nela estacionam ou circulam, mas sim na qualidade de vida e no bem-estar dos cidadãos, é urgente repensar a cidade de Braga a uma nova luz. O automóvel não pode ser o objetivo principal das políticas de urbanismo: em primeiro lugar estão os cidadãos e o seu bem-estar. Daí que seja essencial apostar em boas condições para quem anda a pé ou de bicicleta (mesmo os próprios automobilistas também são peões quando não estão a usar o carro).

Espero que esta comunicação possa contribuir para a melhoria futura das condições de vida nesta zona e na cidade de Braga, e gostaria de receber uma resposta da v/ parte relativamente à posição da autarquia quanto aos assuntos expostos.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.
Victor Domingos

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A bicicleta na Revista SIM

Acaba de me passar pelas mãos o mais recente número da Revista SIM e, lá dentro, mais uma edição da série "Vidas com Pedal", desta vez com um retrato deste vosso amigo…

"Vidas com pedal" é o nome de uma interessante série de artigos, da autoria de Sérgio Parente, sobre algumas das pessoas que usam quotidianamente a bicicleta na cidade de Braga. Para quem não sabe, o Sérgio, psicólogo de profissão e também ele um notável ciclista urbano desta mesma cidade, é fundador e coordenador do movimento comunitário bracarense "Encontros com Pedal".

Aqui fica o boneco… Fiquei um bocadinho mais sério na fotografia do que esperava, mas a bicicleta sempre aligeira um pouco a coisa, espero! :-)