sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Da bicicleta e de outras pedaladas minhas…

Pois é… ultimamente tenho vindo a publicar de forma mais espaçada neste blog, mas continuo a pedalar diariamente e a redescobrir as vantagens deste meio de transporte.

Ainda esta semana, num dia de chuva forte e vento intenso, dei por mim cá em Braga a circular alegremente (dentro de um impermeável, claro!) ultrapassando filas e filas e filas de carros parados por causa das inundações e, talvez, dos acidentes.

Era um daqueles dias em que poucos se atreveriam a sair à rua de bicicleta, mas acabou por tornar-se uma benção. O trânsito em Braga estava caótico (algo que não é nada habitual por cá) e a bicicleta era o meio de transporte ideal nessas condições. Felizmente, filas de carros parados como aquelas não são obstáculo para um ciclista. Cheguei rapidamente a casa, sem stress e, graças ao impermeável e aos guarda-lamas, com a roupa e o corpo perfeitamente secos.

Outras pedaladas minhas…

Um dos motivos que me têm afastado um pouco da escrita neste espaço é um outro projeto pessoal em que estou envolvido neste momento. Estou a tratar da reedição dos meus trabalhos literários em formato digital, e isso tem obrigado a bastante trabalho.

Os curiosos poderão começar por visitar o meu novo "site oficial", onde irei dando notícia dos livros que vou publicando:

www.victordomingos.com

Esta semana, consegui finalmente lançar um pequeno livro de ficção na Apple iBookstore (para iPad, iPhone e iPod touch), na Smashwords (edição multiformato) e na Amazon Kindle Store (claro está, para dispositivos e aplicações Kindle). A obra chama-se "As Confissões de Dulce" e é uma abordagem alternativa à personalidade de uma das primeiras rainhas de Portugal. Não é um livro muito extenso, pelo que pode ser uma excelente leitura até através de um simples smartphone. Mais informação sobre este tema, nesta página. A quem interessar, por favor escolha a loja preferida e compre o livro (custa menos que meia dúzia de ovos Kinder, e ainda por cima não faz engordar). Desde já, agradeço :-)

 

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domingo, 16 de outubro de 2011

Sobre a necessidade de ciclovias

Sempre que se fala de promoção do uso da bicicleta na cidade, discute-se a necessidade de ciclovias. Não sou nenhum perito em urbanismo ou em ordenamento de trânsito mas, enquanto cidadão e utente das ruas e da bicicleta, tenho algumas humildes opiniões sobre o assunto. Acrescente-se a isto que a minha experiência e as minhas sugestões mais específicas referem-se quase sempre à cidade de Braga, onde resido atualmente e onde vou votar em todas as eleições (leram bem isto, senhores governantes?).

As ciclovias, se forem bem pensadas e bem implementadas no contexto de uma rede de vias cicláveis (ou seja, o conjunto dos diferentes tipos de vias onde circularão as bicicletas na cidade e arredores), podem ser uma peça importante na criação de condições para uma maior utilização da bicicleta nesta cidade.

Devem ligar de forma lógica e integrada, e bidireccionalmente, todos os pontos principais da cidade, incluindo as estações terminais de transportes públicos, zonas e centros comerciais, polos empresariais ou industriais, zonas habitacionais, áreas de lazer e de desporto, escolas e universidades.

Na concepção de vias cicláveis segregadas (ciclovias, ciclofaixas…), deve evitar-se alguns erros infelizmente muito comuns. Por exemplo: roubar espaço aos peões para criar ciclovias, manter zonas de perigo junto à faixa de rodagem reservada a ciclistas (como lugares de estacionamento sem separador nem distância de segurança) ou permitir ou facilitar a circulação de peões ou de veículos motorizados. Outro erro comum que deve ser evitado é a atribuição de uma largura insuficiente, que impede o cruzamento (nas vias de dois sentidos) ou a ultrapassagem por outros ciclistas, em condições de segurança. É particularmente delicada nestas infra-estruturas a intersecção entre vias, pelo que deve ser dada a devida atenção à cuidadosa planificação de entroncamentos, cruzamentos e rotundas. Mau exemplo de como se implementa uma ciclovia, no Porto

Não creio que todas as vias cicláveis tenham de ser necessariamente ciclovias, mas em alguns casos essa é a melhor opção. O importante é que a cidade seja repensada globalmente em função da desejada mobilidade sustentável e seja criada uma rede de vias cicláveis - um mapa da cidade que possa ser proposto aos cidadãos que já usam ou que desejam começar a utilizar de forma regular a bicicleta como meio de transporte.

Mas há mais medidas que fazem falta... Por exemplo:

  • Estacionamentos para bicicletas em quantidade adequada, em locais próprios e com um design funcional.
  • Criação de corredores Bici+Bus (ou eventualmente, Bici+Bus+Moto) em ruas que actualmente têm sentido único apenas para transportes públicos. Um exemplo paradigmático é a Rua D. Pedro V, onde esta medida deveria ser acompanhada, na minha opinião, por uma fiscalização mais assídua do estacionamento ilegal e eventual redução das áreas reservadas a estacionamento automóvel.
  • Promoção da intermodalidade(p.ex., comboio + Bicicleta), assegurando as condições necessárias ao transporte de bicicletas nos comboios entre Braga e outras cidades, e divulgando amplamente essa opção económica e ecológica junto dos estudantes universitários e dos trabalhadores que fazem diariamente essa viagem.
  • Acalmia de tráfego, isto é, a redução da velocidade máxima em certas vias, e a devida fiscalização. Ainda há dias, na vizinha Espanha, vi agentes da autoridade a fiscalizarem uma "zona 30" com radar de segurança. Aqui além de praticamente ainda não existirem zonas 30, pura e simplesmente não existe fiscalização e quase ninguém cumpre os limites de velocidade dentro das localidades.
  • Criação de mais zonas amplas para os cidadãos: retirar espaço aos carros e devolvê-lo prioritariamente a peões, regulando devidamente o seu uso por parte de veículos. Em algumas cidades, existem ruas em que as crianças podem brincar em segurança: os carros e demais veículos são obrigados a respeitar os peões reduzindo a velocidade e dando-lhes sempre prioridade. Em Barcelona, as bicicletas podem usar determinados passeios, mas reduzindo a sua velocidade máxima para 15km/h para evitar acidentes com peões.

Seria interessante e muito útil que algum académico realizasse um estudo com rigor científico, no que se refere à questão da mobilidade sustentável em Braga. Talvez algo do género do que fez o Eng. Paulo Guerra Dos Santos na cidade de Lisboa. Uma análise sistematizada das vantagens de cada meio de transporte, e mesmo da intermodalidade, em diferentes cenários; dos obstáculos actualmente existentes a uma mobilidade mais sustentável e promotora de uma maior qualidade de vida para os cidadãos; e ainda das soluções mais indicadas, numa lógica de conjunto, para esta cidade.

Será que já algum dia alguém da Universidade do Minho elaborou alguma tese sobre estes assuntos?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

4000km a pedalar: "Fui de Portugal até à Ucrânia de Bicicleta"

4 mil quilómetros de bicicleta

Podia ser esta a primeira frase deste artigo, se em vez de ir trabalhar a cada dia tivesse partido de bicicleta há um ano e meio em direção ao oriente e percorresse a distância que por cá fui pedalando entretanto.

Foi há cerca de 1 ano e meio que comprei a minha primeira bicicleta e comecei a ir nela para o trabalho, todos os dias. O conta-quilómetros (ou conta-voltinhas, como alguém simpaticamente o chamava um destes dias) marca agora 3977Km. Antes do final desta semana, irá passar a marca dos 4 mil quilómetros percorridos.

É um número que não te importância nenhuma, afinal de contas. Mas ainda assim, é bom olhar para trás ver que fomos capazes de escolher uma opção mais ecológica e económica, contra aquela que é ainda a visão e a prática da maioria, e tornar essa prática a nossa rotina diária normal. Ao longo deste tempo, o carro passou a ter a utilização que lhe é própria, ou seja, só é usado quando tal é mesmo necessário.

Como qualquer mudança na vida, foi preciso alguma aprendizagem e alguma persistência. Mas vale bem a pena! Sentir o vento fresco na cara (ou mesmo a chuva, quando a há) é uma experiência que não tem preço: faz-nos sentir vivos e mais próximos da cidade que nos rodeia. A cidade passa a ser de certa forma o nosso quintal, a nossa vizinhança, como se deixasse de existir uma fronteira invisível entre nós e o mundo.

Há muitos bons motivos para escolher a bicicleta como meio de transporte. Mas, independentemente de quais sejam, é sempre apenas o início de uma transformação ainda maior, cujas vantagens vamos conhecendo e colhendo ao longo do tempo…

sábado, 1 de outubro de 2011

Um pequeno teste técnico...

Este artigo é um pequeno teste necessário à verificação do correto funcionamento técnico do blog. Queiram por favor desculpar a maçada, e muito obrigado pela vossa compreensão.