domingo, 5 de junho de 2011

Braga ciclável - Do BragaParque até ao centro da cidade e à Sé de Braga

Depois de ter conhecido há dias a excelente iniciativa do Miguel Barbot, no seu blog Um pé no Porto e outro no pedal, de mapear os percursos cicláveis da cidade do Porto a partir dos relatos dos próprios ciclistas, apercebi-me que essa era também uma necessidade por estes lados. Decidi, por isso, tentar fazer algo do género para a cidade de Braga.

Já nem me lembrava eu que, há pouco mais de um ano, essa havia sido precisamente uma das minhas principais dúvidas - quais os melhores percursos para ir de um ponto a outro na cidade de Braga, em bicicleta. Na falta de um mapa de percursos cicláveis, acabou por ser um processo de aprendizagem por tentativa e erro, auxiliado de quando em vez pelos serviços de mapas on-line.

Então, aqui vai o primeiro desses mapas.

[Clique aqui para ver o trajecto no Google Maps]

Nas minhas deslocações para o trabalho e para mais uma série de pequenas coisas, tenho necessidade de ir diariamente desde a Av. Antero de Quental (junto ao BragaParque) até ao centro de Braga. Como se sabe, em Braga não há ciclovias, e, na verdade, até não são assim tão necessárias quanto isso. Há, isso sim, uma enorme necessidade de vias cicláveis, que é um conceito bem diferente, potencialmente mais útil e bem menos dispendioso.

A rota assinalada no mapa abaixo a azul representa o percurso que faço atualmente de bicicleta num dia normal. A verde, indico uma alternativa um pouco mais legal, mas com alguns inconvenientes. Durante algum tempo, usei este percurso alternativo como forma de evitar circular ilegalmente em ruas que têm um dos sentidos reservado aos transportes públicos. No entanto, como obrigava a sucessivas paragens em cruzamentos, subidas desnecessárias e utilização de uma rua com piso irregular (calceta), acabei por passar a efetuar quase sempre o trajeto pela Rua D. Pedro V (a azul).

Este é talvez o percurso mais confortável em termos de qualidade do piso e níveis de inclinação, para quem se desloca de bicicleta entre a zona do BragaParque e e o Centro. É também um percurso com pouca circulação automóvel (à excepção do ponto negro que refiro abaixo). Os motoristas dos transportes públicos têm sido impecáveis, e a maior parte dos automobilistas também. Ocasionalmente, há um ou outro automobilista ou condutor de trator agrícola que é menos compreensivo, mas felizmente são uma pequena minoria.

A Avenida Pe. Júlio Fragata (parte desta espécie de auto-estrada situada em torno do centro da cidade de Braga) é sem dúvida o ponto negro deste percurso: apesar de ter um piso excelente para qualquer veículo, as velocidades excessivas dos veículos motorizados tornam este trecho um tanto ou quando arriscado para quem circula de bicicleta, a velocidades consideravelmente mais baixas. Por outro lado, a sinalização horizontal obriga os veículos (bicicletas incluídas) a mudar de faixa antes do entroncamento da R. Dom António Bento Martins Junior. Isto obriga o ciclista a meter-se no meio de automóveis e camiões que não esperam cruzar-se com velocípedes, apesar de, à partida, não existir nenhum impedimento legal à circulação das bicicletas nesta via.

Quanto ao trecho entre a Rua D. Pedro V e a Rua de S. Victor, em termos estritos, o trânsito neste sentido está reservado apenas aos transportes públicos. No entanto, as bicicletas conseguem circular com facilidade, exceto quando há carros estacionados em segunda fila ou em contramão. Seria ótimo se a Câmara Municipal de Braga criasse aqui um corredor BUS+Bici!

Ao chegar ao início da Av. Central, o percurso prevê a saída da bicicleta da via principal (que tem um desagradável piso calcetado) para uma rua paralela que está geralmente reservada ao trânsito pedonal e a veículos de moradores. Uma vez mais, na ausência de uma via ciclável com piso decente até junto à Arcada, creio que seria boa ideia abrir este percurso e o próprio centro histórico à circulação de bicicletas, com a devida sinalização e regulamentação.

O mapa pode ser visto em mais detalhe nesta página.

4 comentários:

Miguel Borges disse...

Viva!

Costumo fazer a ligação Gualtar-Centro com o seguinte percurso "expresso":

Av. João Paulo II desde o McDonalds até aos semáforos da 31 de Janeiro. Depois, subo a 31 de Janeiro pela faixa da esquerda; No topo da 31 de Janeiro faço o mesmo que tu, meto-me no interior prazenteiro da avenida central.

Devo dizer-te que este percurso se faz com tranquilidade (apesar da velocidade dos veículos na JPII, o facto de haverem 3 faixas deixa a faixa da direita com margem para seguir confiante) e exige apenas um pouco de destreza na rotunda J.P.II/Julio fragata. Caso neste ponto falte coragem, é desmotar e fazer as passadeiras :)

Abraço

Victor Domingos disse...

Obrigado, Miguel!

Vou tentar publicar aqui um mapa desse percurso nos próximos dias.

Um abraço

Pedro Amorim Brito disse...

Para uma aposta efectiva na utilização de bicicletas em Braga é impreterível que o trajecto Universidade - centro da cidade fosse mais clicável, invariavelmente.
Este canal pode servir como catalisador dessa ideia, e de formas como viabilizar este projecto.

Victor Domingos disse...

Sim, a ligação entre a Universidade do Minho e a cidade propriamente dita (avenida central, estação de comboios, bares, centros comerciais, etc.) é de fulcral importância. A comunidade universitária (alunos, professores, funcionários) tem um enorme potencial, podendo facilmente passar a haver um número considerável de ciclistas vindo daí. Sem dúvida que uma boa parte da população que efectivamente vive em Braga se relaciona de alguma forma com a Universidade do Minho. É algo que todos os intervenientes devem considerar.